quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

28 de Fevereiro - São Romano


Nascido no ano 390, o monge Romano era discípulo de um dos primeiros mosteiros do Ocidente, o de Ainay, próximo a Lion, na França. No século IV, quando nascia a vida monástica no Ocidente, com o intuito de propiciar elementos para a perfeição espiritual assim como para a evolução do progresso, ele se tornou um dos primeiro monges franceses. 

Romano achava as regras do mosteiro muito brandas. Então, com apenas uma Bíblia, o que para ele era o indispensável para viver, sumiu por entre os montes desertos dos arredores da cidade. Ele só foi localizado por seu irmão Lupicino, depois de alguns anos. Romano tinha se tornado um monge completamente solitário e vivia naquelas montanhas que fazem a fronteira da França com a Suíça. Aceitou o irmão como seu aluno e seguidor, apesar de possuírem temperamentos opostos.

A eles se juntaram muitos outros que desejavam ser eremitas. Por isso teve de fundar dois mosteiros masculinos, um em Condat e outro em Lancome. Depois construiu um de clausura, feminino, em Beaume, no qual Romano colocou como abadessa sua irmã. Os 3 ficaram sob as mesmas e severas regras disciplinares, como Romano achava que seria correto para a vida das comunidades monásticas. Romano e Lupicino se dividiam entre os dois mosteiros masculinos na orientação espiritual, enquanto no mosteiro de Beaume, Romano mantinha contato com a abadessa sua irmã, orientando-a pessoalmente na vida espiritual. 

Consta nos registros da Igreja que, durante uma viagem de Romano ao túmulo de São Maurício, em Genebra, ele e um discípulo que o acompanhava, depois também venerado pela Igreja, chamado Pelade, tiveram de ficar hospedados numa choupana onde havia dois leprosos. Romano os abraçou, solidarizou-se com eles e, na manhã seguinte, os dois estavam curados. 

A tradição, que a Igreja mantém, nos narra que este foi apenas o começo de uma viagem cheia de prodígios e milagres. Depois, voltando dessa peregrinação, Romano viveu recluso, na cela de seu mosteiro e se reencontrou na ansiada solidão. Assim ele morreu, antes de seu irmão e irmã, aos 73 anos de idade, no dia 28 de fevereiro de 463.

O culto de São Romano propagou-se velozmente na França, Suíça, Bélgica, Itália, enfim por toda a Europa. As graças e prodígios que ocorreram por sua intercessão são numerosos e continuam a ocorrer, segundo os fieis que mantêm sua devoção ainda muito viva, nos nossos dias.


28 de Fevereiro - Daniel Aleixo Brottier


Daniel Aleixo Brottier nasceu no dia 7 de setembro de 1876, na diocese francesa de Blois. Desde a infância revelou um caráter caridoso e profunda religiosidade. Ingressou no seminário em 1890, passando com tranqüilidade pelas ordenações menores, fazendo por um ano o serviço militar e se consagrando sacerdote aos 23 anos. 

Iniciou seu ministério lecionando no colégio eclesiástico, próximo de Paris, mas sentiu logo sua particular vocação para a vida missionária. Em 1902, ingressou na Congregação do Espírito Santo, na qual, emitiu seus votos perpétuos, um ano depois. Como padre espiritiano partiu para o distante Senegal, colônia francesa na África, onde deu vazão ao seu zelo missionário, de forma ímpar. 

Depois de 3 anos, adoeceu gravemente e teve de retornar em definitivo. Mas, não abandonou sua missão. Na França, fundou a obra do "Memorial Africano" com o objetivo de construir a catedral de Dakar, capital do Senegal. Para isto, com o apoio do bispo de Dakar, outro padre espiritiano, foi nomeado vigário geral de Dakar, com residência em Paris e diretor da Catedral-Monumento.

Padre Daniel entrou com entusiasmo no jogo do seu bispo, e cumpriu sua tarefa. Organizou um secretariado, instalou um serviço de relações públicas, envolvendo no projeto um conjunto de personalidades, mas, sobretudo, emitiu uma alma para esta obra, de maneira que os cristãos da França não puderam ficar insensíveis. Depois de alguns meses de trabalho persistente, uma rede de amigos solidários se formou e se fixou, em todo o país.

O trabalho foi interrompido durante a Primeira Guerra Mundial, em 1914, quando ele foi voluntário e se alistou como capelão militar nas linhas de frente. Por 4 anos, assistiu os moribundos, cuidou dos feridos, dando assistência espiritual a todos, oficiais e soldados. Capelão lendário, arrojado e ponderado, corajoso e prudente, amigo e confidente, no final da Guerra, foi condecorado como "Oficial da Legião de Honra" e da "Cruz de Guerra". 

A partir de 1919, padre Daniel retomou com toda energia o apostolado missionário e o projeto da Catedral de Dakar. Em 1923, decidiu fazer mais, fundou a Casa dos Órfãos Aprendizes de Autenil, passando a ser chamado "Pai dos Órfãos". Foi nomeado diretor da Casa pelo próprio Cardeal de Paris. À esta obra dedicou os últimos treze anos da sua vida. Educador nato, bondoso, conseguiu abrigar cerca de mil e quatrocentos jovens carentes e abandonados, sem nunca dispensar nenhum que batesse à sua porta. Fundou também a União Nacional dos Antigos Combatentes, tendo cerca de dois milhões de associados. 

Sua fé, sua oração, sua grande capacidade inventiva e de organização fizeram dele um apóstolo e "homem de empresa", inovador, atuante e contemplativo; foi um padre moderno, um religioso inserido no seu tempo. No dia 2 de fevereiro de 1936, a Catedral de Dakar foi consagrada e entregue aos senegaleses. Ele não esteve presente, muito doente, morreu vinte e seis dias depois, em Paris. O Papa João Paulo II, em 1984, declarou Beato, Daniel Aleixo Brottier, cuja festa marcou para o dia do seu transito.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

27 de Fevereiro - São Nicéforo


Nicéforo era um cidadão de Antioquia, atual Síria, nascido no ano 260. Discípulo e irmão de fé do sacerdote Sabrício, tornaram-se amigos muito unidos e viveram nos tempos dos imperadores Eutiquiano e Caio.

Não se sabe exatamente o porquê, mas Nicéforo cometeu algum mal com relação a Sabrício que nunca mais o desculpou. Pediu perdão muitas vezes, diga-se inclusive que ainda existem os registros desses seus pedidos. Mas, Sabrício nunca o concedeu, contrariando a própria religião cristã, da qual era sacerdote. Ele levou até o fim esta falta de solidariedade, apesar de Nicéforo ter chegado a se ajoelhar para implorar sua absolvição.

Um dia, Sabrício foi denunciado e processado por ser católico e compareceu ao tribunal. Em princípio parecia disposto a qualquer martírio, cheio de coragem e determinação. Assumiu ser sacerdote cristão, recusou-se a sacrificar aos deuses pagãos e resistiu às mais bárbaras torturas. Mas, ao ser condenado à morte e receber a ordem de se ajoelhar para ter a cabeça cortada, aceitou render homenagens aos deuses pagãos em troca de liberdade. Nicéforo, que assistira ao julgamento e chegara a pedir novamente perdão ao padre, dizendo que com isso ele teria o apoio de Deus para enfrentar as dores que o aguardavam, escandalizou-se com a infidelidade do estimado sacerdote. 

Mesmo sem ter sido acusado ou convocado ao tribunal, Nicéforo apresentou-se de livre e espontânea vontade como cristão, disposto a morrer no lugar daquele que renegara sua fé em Cristo. Minutos depois, foi executado. Os registros e a tradição narram que sua cabeça rolou na arena e acabou depositada justamente aos pés do insensível sacerdote Sabrício.

O Martirológio Romano registra outro santo com esse nome, que viveu mais de 6 séculos depois e cuja atuação em defesa da unidade da Santa Mãe, a Igreja, não foi menos corajosa e eficiente. Por isso o culto à esse primeiro mártir permanece firme, vivo e constante ao longo do tempo e junto aos devotos, principalmente no mundo católico do Oriente.


27 de Fevereiro - São Gabriel de Nossa Senhora das Dores


No dia primeiro de março de 1838 recebeu o nome de Francisco Possenti, ao ser batizado em Assis, sua cidade natal. Quando sua mãe Inês Friscioti morreu, ele tinha 4 anos de idade e foi para a cidade de Espoleto onde estudou em instituição marista e Colégio Jesuíta, até aos 18 anos. Isso porque, como seu pai Sante Possenti era governador do Estado Pontifício, precisava a mudar de residência com frequência, sempre que suas funções se faziam necessárias em outro pólo católico.


Possuidor de um caráter jovial, sólida formação cristã e acadêmica, em 1856 ingressou na congregação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, fundada por São Paulo da Cruz, ou seja, os Passionistas. Sua espiritualidade foi marcada fortemente pelo amor a Jesus Crucificado e a Virgem Dolorosa.

Depois foi acolhido para o noviciado em Morrovalle, recebendo o hábito e assumindo o nome de Gabriel de Nossa Senhora das Dores, devido à sua grande devoção e admiração que nutria pela Virgem Dolorosa. Um ano após emitiu os votos religiosos e foi por um ano para a comunidade de Pievetorina para completar os estudos filosóficos. Em 1859 chegou para ficar um período com os confrades da Ilha do Grande Sasso. Foi a última etapa da sua peregrinação. Morreu aos 24 anos, de tuberculose, no dia 27 de fevereiro de 1862, nessa ilha da Itália. 

As anotações deixadas por Gabriel de Nossa Senhora das Dores em um caderno que foi entregue a seu diretor espiritual, padre Norberto, haviam sido destruídas. Mas, restaram de Gabriel: uma coleção de pensamentos dos padres; cerca de 40 cartas testemunhando sua devoção à Nossa Senhora das Dores e um outro caderno, este com anotações de aula contendo dísticos latinos e poesias italianas. 

Foi beatificado em 1908, e canonizado em 1920 pelo Papa Bento XV, que o declarou exemplo a ser seguido pela juventude dos nossos tempos. 

São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, teve uma curta existência terrena, mas toda ela voltada para a caridade e evangelização, além de um trabalho social intenso que desenvolvia desde a adolescência. Foi declarado co-patrono da Ação Católica, pelo Papa Pio XI, em 1926 e padroeiro principal da região de Abruzzo, pelo Papa João XXIII, em 1959.

O Santuário de São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, é meta de incontáveis peregrinações e assistido pelos Passionistas, é um dos mais procurados da Itália e do mundo cristão. A figura atual deste Santo jovem, mais conhecido entre os devotos como o "Santo do Sorriso", caracteriza a genuína piedade cristã inserida nos nossos tempos e está conquistando cada dia mais o coração de muitos jovens, que se pautam no seu exemplo para ajudar o próximo e se ligar à Deus e à Virgem Mãe.


26 de Fevereiro - Santa Paula M. Fornés de São José de Calazans


Na vila de Arenys de Mar, perto de Barcelona, Espanha, nasceu Paula Montal Fornés em 11 de outubro de 1799, que no mesmo dia recebeu o batismo. Paula passou a infância e a juventude em sua cidade natal, trabalhando desde os 10 anos de idade, quando seu pai morreu. O seu lazer era a vida espiritual da sua paróquia, onde se destacou por sua devoção à Virgem Maria

Paula Montal, durante este período, constatou, por sua própria experiência, que as possibilidades de acesso à instrução e educação para as mulheres eram quase nenhuma. Um dia quando estava em profunda oração, se sentiu iluminada por Deus para desenvolver este dever. Decidiu deixar sua cidade natal para fundar um colégio inteiramente dedicado à formação e educação feminina.

Paula Montal se transferiu para a cidade de Figueras, junto com mais 3 amigas de espiritualidade Mariana, e iniciou sua obra. Em 1829, ela abriu a primeira escola para meninas, com amplos programas educativos, que superavam o sistema pedagógico dos meninos. Era uma escola nova. 

Assim, Paula Montal com o seu apostolado totalmente voltado à formação feminina, se tornou a fundadora de uma família religiosa, inspirada no lema de São José de Calazans: "piedade e letras". Sempre fiel a sua devoção à Virgem Maria, deu o nome para a sua Congregação de Filhas de Maria. A estas religiosas transmitiu seu ideal de: "Salvar a família, educar as meninas no santo temor de Deus". E continuou se dedicando à promoção da mulher e da família. 

Em 1842, abriu o segundo colégio em sua terra natal, Arenys de Mar. Nesta época, Paula Montal decidiu seguir os regulamentos da Congregação dos Padres Escolápios, fundada por São José de Calazans com quem se identificava espiritualmente. Um ano após abrir sua terceira escola, Paula Montal conseguiu a autorização canônica para, junto com suas três companheiras, se tornar religiosa escolápia. Em 1847, a congregação passou a ser Congregação das Filhas de Maria, Religiosas Escolápias, que ano após ano crescia e criava mais escolas por toda a Espanha.

Paula Montal deu a prova final de autenticidade, da coragem e da ternura do seu espírito modelado por Deus, em 1959. Neste ano, no pequeno e pobre povoado de Olesa de Montserrat, fundou sua última obra pessoal: um colégio ao lado do mosteiro da Virgem de Montserrat. Alí ficou durante trinta anos escondida, praticando seu apostolado. Morreu aos 26 de fevereiro de 1889 e foi sepultada na capela da Igreja da Matriz de Olesa Montserrat, Barcelona, Espanha. 

Solenemente foi beatificada em 1993, pelo Papa João Paulo II que posteriormente a canonizou em Roma, no ano de 2001. A mensagem, do século XIX, de Santa Paula Montal Fornés de São José de Calazans será sempre atual e fonte de inspiração para a formação das gerações do terceiro milênio cristão.


26 de Fevereiro - São Porfírio de Gaza


Porfírio teve muitos fatos prodigiosos em sua vida que começou em Tessalônica, na Grécia, onde nasceu no ano 347. Ele já era formado nas ciências quando, aos 31 anos, decidiu viver no deserto de Scete, no Egito onde se tornou um eremita e ficou por cinco anos. Depois visitou os lugares santos de Jerusalém e se estabeleceu às margens do rio Jordão, por outros cinco anos. Nessa ocasião conheceu o discípulo Marcos e se juntou à ele na evangelização. Mas a caverna onde residia era tão insalubre que Porfírio ficou muito doente, tendo que voltar a Jerusalém

Recebeu então a notícia da morte dos pais, de quem tinha grande herança para receber. Mas, ele decidiu continuar pobre e mandou que todos os bens fossem divididos entre os pobres de sua terra natal. Depois, Porfírio teve um desmaio em Jerusalém e, de repente, viu-se frente a frente com Cristo crucificado, tendo ao seu lado o bom ladrão, Dimas. Jesus mandou que este levantasse Porfírio do chão, depois desceu Ele mesmo da cruz e deu-a ao santo, ordenando-lhe que cuidasse dela. Ao voltar do desmaio, Porfírio estava curado. A ordem recebida na visão foi aplicada por João, bispo de Jerusalém, que nomeou Porfírio como "guarda do santo lenho".

As notícias sobre as graças e prodígios que aconteciam com ele se espalharam e os sacerdotes de Gaza, após a morte do bispo, pediram que Porfírio assumisse o posto. A sua modéstia o impedia de aceitar, mas tantos foram os pedidos e a insistente atuação dos pagãos idólatras era tão intensa na cidade, que ele acabou concordando. Existia em Gaza um grande templo para adoração das divindades pagãs. Os infiéis, sabendo da decisão de Porfírio de combatê-los, planejaram matá-lo. Entretanto, o bispo acabou vencendo todos os inimigos pela fé. 

Uma seca violenta assolou a região e os agricultores, desesperados, faziam muitos sacrifícios nesse templo, pedindo chuva aos deuses pagãos. Nenhuma gota de água caía do céu. Porfírio ordenou então, um dia de jejum. Depois comandou uma procissão de penitência à uma capela situada na periferia da cidade. Mal terminou a procissão, a chuva começou a cair, abençoada e insistente. A partir daí, a maioria dos pagãos passou a se converter. 

Porém, sobraram ainda alguns poucos pagãos para tramar a morte do bispo Porfírio. Aconteceu, porem, que o imperador também passou a ficar contra os pagãos e o bispo conseguiu autorização para derrubar o templo pagão que estava instalado na diocese de Gaza. Ficou na cidade apenas uma última estátua pagã, a da deusa Vênus. Certo dia, o bispo colocou-se diante dela e a estátua desmoronou sozinha, formando dezenas de pedaços. Era o que faltava para que mais pagãos se convertessem. 

A fama de santidade acompanhou o bispo Porfírio até sua morte, em 26 de fevereiro 420, aos 73 anos de idade, quando, depois dos 25 anos de episcopado, quase não havia pagãos na sua querida diocese de Gaza.


26 de Fevereiro - Santo Alexandre do Egito


Alexandre que nasceu em 250, mereceu ocupar um lugar de destaque de primeiro plano no elenco dos grandes vencedores da fé cristã. Homem de profunda cultura, unida ao zelo e bondade, Alexandre foi eleito bispo em 312, para a importante sede da Igreja em Alexandria, no Egito

Um dos primeiros cuidados, deste bispo de sessenta anos, foi o da formação e da escolha dos religiosos entre homens de comprovada virtude. Deu início à construção da igreja de são Theonas, a maior da cidade e foi um dos protagonistas da luta contra a heresia de Ário, chamada ariana.

Ário, que tinha sido ordenado sacerdote pelo bispo Aquiles, parece ter sido o responsável pela indicação e divulgação do nome de Alexandre para a nova eleição. Foi considerado um homem arrojado para a época, pois usava todos os meios possíveis de comunicação para a divulgação de suas idéias. Até que começou a espalhar entre os fiéis e religiosos uma doutrina que não concebia a divindade de Cristo. Considerava apenas o Pai como Deus, enquanto que Cristo não era divino, mas apenas um ser humano, superior aos demais. 

Este foi um árduo combate que a Igreja venceu, graças à fé inabalável de Alexandre. Que percebendo a péssima influência de Ário, primeiro o repreendeu como um filho rebelde. Mas, depois, teve de usar o recurso extremo de um sínodo de bispos, que resultou na condenação daquela doutrina. Porém, o herege não se submeteu. Nem mesmo atendeu ao imperador Constantino, que também interferiu na controvertida questão religiosa, antevendo conflitos entre a população. Só então Alexandre insistiu com o papa e o imperador para a convocação o concílio de Nicéia, ocorrido em 325. 

Nessa importante reunião o bispo Alexandre, então já muito velho e enfermo, foi acompanhado por Atanásio, que ainda não era sacerdote. Este ainda adolescente, foi notado e apreciado pelo bispo, que o tomou sob sua proteção e o fez seu secretário. 

Quando voltou do concílio, Alexandre foi acolhido triunfalmente em Alexandria. Cinco meses antes de morrer em 26 de fevereiro de 328, ele dignou como sucessor naquela sede episcopal, o discípulo Atanásio, para acabar com a doutrina ariana. O culto de Santo Alexandre, patriarca da Alexandria, se difundiu sendo venerado no dia de sua morte.


25 de Fevereiro - Domênico Lentine


Domênico Lentine foi um simples e feliz sacerdote, que nasceu, viveu e morreu na cidade de Lauria, no sul da Itália. Último dos 5 filhos do casal Macário e Rosália, camponeses muito pobres, Domingos nasceu no dia 22 de novembro de 1770. 


Resolveu ser padre aos 14 anos, após a morte de sua mãe. Em 1790, aos vinte anos de idade, ingressou no Seminário de Policastro, na cidade vizinha. Como não tinha recursos foi patrocinado por um grupo de padres da região.Quatro anos depois, foi ordenado sacerdote e retornou para Lauria. Lá serviu o ministério sacerdotal da paróquia de São Nicolau e foi professor do ensino primário.

Padre Domênico se revelou um eloquente sacerdote cujos sermões eram ouvidos e seguidos por todos os paroquianos. Sabia como chegar à alma daqueles camponeses humildes e desprovidos pela sorte. Mas o que mais impressionava era seu exemplo de vida cristã, pois fazia tudo aquilo que dizia e pregava o Evangelho.

Muitas vezes padre Domênico era visto nas estradas, entregando aos pobres não só seus sapatos, mas as próprias roupas, ficando apenas com sua veste de sacerdote. A fidelidade a Cristo o fez também um confessor muito requisitado pela população, pela elite e pelos bispos das regiões que vinham em busca de suas palavras e conselhos sacerdotais. 

Em 1799, vieram os tempos das revoluções e contra-revoluções naquela região, inclusive com ocupações dos franceses. A cidade de Lauria ficou totalmente destruída, os fieis se dispersaram e a igreja de São Nicolau ficou em ruínas. Assim que a paz voltou a reinar na região, padre Domênico passou a reconstruir a paróquia de São Nicolau. Não era apenas reerguer as paredes da igreja, teria de recolocar os fiéis no verdadeiro caminho da vida e da fé cristã, que muitos haviam abandonado. 

Ele falava, ensinava, confessava, pregava o Evangelho. Praticava também duríssimas penitências, que o fizeram parecer "a sombra do anjo" que caminhava pelas estradas de Lauria, socorrendo os pobres e famintos, os doentes e abandonados.Nunca se incomodou com as ironias, pois mais valiam as mentes que se conseguia abrir ao Evangelho de Cristo com o seu exemplo de vida penitente e dedicada a Deus para o perdão dos nossos pecados. Padre Domênico tinha o dom da cura, da clarividência dos pensamentos e corações. Ainda em vida intercedia em muitas graças de cura ganhando fama de santo. 

Domênico Lentinie morreu no dia 25 de fevereiro de 1828, em Lauria, Itália. Seus funerais duraram 7 dias, durante os quais muitas graças foram alcançadas, causando forte comoção popular. Sepultado na igreja da paróquia de São Nicolau continua sendo venerado pela população de Lauria. 

Padre Domênico Lentine foi beatificado em 1997, pelo papa João Paulo II, que decretou o dia 25 de fevereiro para suas homenagens e festa litúrgica.


25 de Fevereiro - São Tarásio


O menino Tarásio nasceu em 730, em Constantinopla, então capital do Império Romano e era filho do prefeito dessa cidade. Cresceu recebendo educação cristã, recheada por vasta cultura literária. Ao se formar, foi nomeado chanceler pelo imperador Constantino VI.

Tarásio tinha muito prestígio na corte, tanto pelo seu saber como pelas virtudes cristãs. Apesar do luxo e da vida desregrada da nobreza, conseguia se manter ligado aos padrões cristãos de uma existência voltada para a caridade e fé. Assim, por intervenção da imperatriz Irene, que era muito devota, foi nomeado patriarca de Constantinopla. Mas, para aceitar, Tarásio impôs suas condições. Ele queria combater firmemente a heresia iconoclasta, que já motivara vários sínodos da Igreja e fora repudiada em todos. A discussão girava em torno das imagens sagradas das igrejas. Os rebeldes consideravam sua existência como idolatria e queriam seu fim nos templos. Porém, Tarásio, assim como o Papa Adriano I e todos os doutores e bispos da Igreja, defendia o culto e a veneração nas igrejas. 

Para os católicos, não há adoração à estátua e sim uma reverência à memória dos santos, suas obras e sua santidade manifestadas na vida terrena, exemplo a ser seguido pelos fiéis. Por isso, não se trata de idolatria.Tarásio foi um dos que exigiu um concílio, o de Nicéia de 787, para esclarecer o impasse, de modo que as imagens pudessem permanecer. Com esse seu trabalho de conscientização, a heresia foi banida em definitivo das discussões da Igreja.

O trabalho de Tarásio não se resumiu só a esta grande obra. Fundou um mosteiro e abriu um hospital e vários abrigos para os pobres, que ele recebia à sua mesa como convidados, servindo ele próprio um por um. Fazia questão de dar exemplo e suas atitudes diárias eram todas condizentes com o que pregava, com relação à integridade da fé e a pureza dos costumes. Por exemplo, quando o imperador pretendia tornar oficial uma relação fora do casamento que tinha com uma cortesã, Tarásio se opôs firmemente, sendo ameaçado de morte por Constantino VI, que pretendia conseguir da Igreja o divórcio. Entretanto, este patriarca tinha o Papa e todos os bispos do Oriente e do Ocidente à seu lado. O imperador acabou morrendo antes de transformar a ameaça em condenação real. Assim, pôde dirigir seu rebanho em paz, por muitos anos, da forma como gostava, com mão suave, firme e segura. 

Tarásio morreu aos 76 anos, no ano 806 e foi sepultado no "Santuário de todos os mártires" do convento por ele fundado em Bosforo, estreito que separa a Europa da Ásia.



25 de Fevereiro - Santa Valburga


Valburga nasceu em Devonshire, na Inglaterrameridional em 710. Era uma princesa dos Kents, cristãos que desde o século III se sucediam no trono. Ela viveu cercada de nobreza e santidade. Seus parentes eram reverenciados nos tronos reais, mas muitos preferiram trilhar o caminho da santidade e foram elevados ao altar pela Igreja, como seu pai, são Ricardo e os irmãosVilibaldo Vunibaldo


Valburga tinha completado 10 anos quando seu pai entregou o trono ao sobrinho, que tinha atingido a maioridade e levou a família para viver num mosteiro. Poucos meses depois, o rei e os dois filhos partiram em peregrinação para Jerusalém, enquanto ela foi confiada à abadessa de Wimburn. Dois anos depois seu pai morreu em LucaItália. Assim ela ficou no mosteiro onde se fez monja e se formou. Depois escreveu a vida de Vunibaldo e a narrativa das viagens de Vilibaldo pelaPalestina, pois ambos já eram sacerdotes. 


Em 748, foi enviada por sua abadessa à Alemanha, junto com outras religiosas, para fundar e implantar mosteiros e escolas entre populações recém-convertidas. Na viagem, uma grande tempestade foi aplacada pelas preces de Valburga, por elaDeus já operava milagres. Naquele pais, foi recebida e apoiada pelo bispoBonifácio, seu tio, que consolidava um grande trabalho de evangelização, auxiliado pelos sobrinhos missionários. 


Designou a sobrinha para a diocese de Eichestat onde Vunibaldo que havia construído um mosteiro em Heidenheim e tinha projeto para um feminino na mesma localidade. Ambos concluíram o novo mosteiro e Valburga eleita a abadessa. Após a morte do irmão, ela passou a dirigir os dois mosteiros, função que exerceu durante 17 anos. Nessa época transpareceu a sua santidade nos exemplos de sua mortificação, bem como no seu amor ao silêncio e na sua devoção ao Senhor. As obras assistenciais executadas pelos seus religiosos fizeram destes mosteiros os mais famosos e procurados de toda a região.

Valburga se entregou a Deus de tal forma que os prodígios aconteciam com frequência. Os mais citados são: o de uma luz sobrenatural que envolveu sua cela enquanto rezava, presenciada por todas as outras religiosas e o da cura da filha de um barão, depois de uma noite de orações ao seu lado. 

Morreu no dia 25 de fevereiro de 779 e seu corpo foi enterrado no mosteiro deHeidenheim, onde permaneceu por oitenta anos. Mas, ao ser trasladado para a igreja de Eichestat, quando de sua canonização, em 893, o seu corpo foi encontrado ainda intacto. Além disso, das pedras do sepulcro brotava um fluído de aroma suave, como um óleo fino, fato que se repetiu sob o altar da igreja onde o corpo foi colocado. 

Nesta mesma cerimônia, algumas relíquias da Santa foram enviadas para a França do Norte, onde o rei Carlos III, o Simples, havia construído no seu palácio deAtinhy, uma igreja dedicada a Santa Valburga. O seu culto, em 25 de fevereiro, se espalhou rápido, porque o óleo continuou brotando. Atualmente é recolhido em concha de prata e guardado em garrafinhas distribuídas para o mundo inteiro. Os devotos afirmam que opera milagres.



24 de Fevereiro - Tomás Maria Fusco


Tomás Maria Fusco nasceu em Pagani, uma pequena cidade italiana do Vale do Sarno, no dia 1 de dezembro de 1831. Seus pais, íntegros na conduta moral e religiosa, formaram uma família de oito filhos educados na piedade cristã. Aos 8 anos ficou órfão, encontrando o amparo do tio e do irmão, ambos sacerdotes, que cuidaram de sua formação e educação, direcionadas para a vida religiosa, conforme seu próprio desejo. 


Em 1847, entrou no seminário diocesano de Nocera, situado naquele mesmo Vale, onde completou os estudos teológicos e foi ordenado sacerdote. Desde o início do seu ministério abriu espaços e se dedicou à formação e aos cuidados das crianças, para as quais abriu em sua casa uma escola matinal. Com elas, padre Tomás Maria costumava passar em santa alegria os dias de festa. Na igreja da paróquia, restabeleceu a capela noturna para os jovens e adultos, a fim de promover sua formação humana e cristã. 

Foi admitido na congregação dos missionários de São Vicente de Paulo, em 1857, tendo percorrido um longo itinerário missionário, especialmente nas regiões da Itália meridional. Três anos depois, quando foi nomeado capelão do santuário de Nossa Senhora do Carmo, em Pagani, desenvolveu as associações católicas masculinas e femininas, ergueu um altar para o culto ao Crucificado e criou a Pia União ao Preciosíssimo Sangue de Jesus.

Ele fundou, também na sua casa, em 1862, uma Escola de Teologia Moral para os sacerdotes destinada à sua habilitação para o ministério do confessionário, onde eram inflamados no amor ao Sangue de Cristo. Nesse mesmo ano, instituiu a "Companhia do Apostolado Católico" para as missões populares. 

O amor a Deus e amor ao próximo despertavam nele outra urgência: criar uma nova família religiosa destinada a cuidar das crianças abandonadas, particularmente dos órfãos, a quem ele privilegiava com sua ternura paterna. Após uma longa preparação na oração e inspirado pela Virgem Santíssima, em 1873, ele fundou a congregação das "Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue". A obra iniciou com seu bispo, Dom Amirante, entregando o hábito para três religiosas e abençoando o orfanato, inaugurado com 7 órfãs pobres. Neste momento da fundação, ele também foi advertido pelo seu bispo, que disse: "Você escolheu o título do Preciosíssimo Sangue? Pois bem, prepare-se para beber o cálice amargo". 

De fato, o seu ministério bem realizado, sua vida de sacerdote exemplar, foi alvo de inveja e calúnia, lançada em 1880. Ele padeceu em silêncio com humilhações e perseguições, mas, foi com amor e sustentado pelo Senhor que carregou sua árdua cruz. Morreu no dia 24 de fevereiro de 1891, debilitado pela doença crônica no fígado, aos 59 anos. 

Padre Tomás Maria Fusco foi Apóstolo da Caridade do Preciosíssimo Sangue, viveu amando os pobres e morreu perdoando os inimigos. Gozava da fama de santidade no meio do clero, do povo em geral e das suas filhas espirituais, hoje encontradas em várias regiões do mundo. O papa João Paulo II o beatificou em 2001 e o dia de sua morte determinado para a festa litúrgica.


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

24 de Fevereiro - São Sérgio


Sérgio, mártir da Cesarea, na Capadócia, por muito pouco não se manteve totalmente ignorado na história do cristianismo. Nada foi escrito sobre ele nos registros gregos e bizantinos da Igreja dos primeiros tempos. Entretanto, ele passou a ter popularidade no Ocidente, graças a uma página latina, datada da época do imperador romano Diocleciano, onde se descreve todo seu martírio e o lugar onde foi sepultado. 


O texto diz que no ano 304, vigorava a mais violenta perseguição já decretada contra os cristãos, ordenada pelo imperador Diocleciano. Todos os governadores dos domínios romanos, sob pena do confisco dos bens da família e de morte, tinham de executá-la. Entretanto alguns, já simpatizantes dos cristãos, tentavam em algum momento amenizar as investidas. Não era assim que agia Sapricio, um homem bajulador, oportunista e cruel que administrava a Armênia e a Capadócia, atual Turquia.

A narrativa seguiu dizendo que durante as celebrações anuais em honra do deus Júpiter, Sapricio, estava na cidade de Cesarea da Capadócia, junto com um importante senador romano. Num gesto de extrema lealdade, ordenou que todos os cristãos da cidade fossem levados para diante do templo pagão, onde seriam prestadas as homenagens àquele deus, considerado o mais poderoso de todos, pelos pagãos. Caso não comparecessem e fossem denunciados seriam presos e condenados à morte.

Poucos conseguiram fugir, a maioria foi ao local indicado, que ficou tomado pela multidão de cristãos, à qual se juntou Sérgio. Ele era um velho magistrado, que há muito tempo havia abandonado a lucrativa profissão para se retirar à vida monástica, no deserto. Foi para Cesarea, seguindo um forte impulso interior, pois ninguém o havia denunciado, o povo da cidade não se lembrava mais dele, podia continuar na sua vida de reclusão consagrada, rezando pelos irmãos expostos aos martírios. A sua chegada causou grande surpresa e euforia, os cristãos desviaram toda a atenção para o respeitado monge, gerando confusão. O sacerdote pagão que preparava o culto ficou irado. Precisava fazer com que todos participassem do culto à Júpiter, o qual, segundo ele, estava insatisfeito e não atendia as necessidades do povo. Desta forma, o imperador seria informado pelo seu senador e o cargo de governador continuaria com Sapricio. Mas, a presença do monge produziu o efeito surpreendente de apagar os fogos preparados para os sacrifícios. Os pagãos atribuíram imediatamente a causa do estranho fenômeno aos cristãos, que com suas recusas haviam irritado ainda mais o seu deus. 

Sérgio, então se colocou à frente e explicou que a razão da impotência dos deuses pagãos era que estavam ocupando um lugar indevido e que só existia um único e verdadeiro Deus onipotente, o venerado pelos cristãos. Imediatamente foi preso, conduzido diante do governador, que o obrigou a prestar o culto à Júpiter. Sérgio não renegou a , por isto morreu decapitado naquele mesmo instante. Era o dia 24 de fevereiro. O corpo do mártir, recolhido pelos cristãos, foi sepultado na casa de uma senhora muito religiosa. De lá as relíquias foram transportadas para a cidade andaluza de Ubeda, na Espanha.



23 de Fevereiro - Rafaela Ybarra


Rafaela nasceu no dia 16 de janeiro de 1843, em Bilbao, Espanha, no seio da tradicional família cristã Ybarra, da alta burguesia local. De personalidade serena e afável teve a infância e adolescência felizes, recebendo uma sólida formação humana e religiosa, de acordo com os costumes da época.


Aos 18 anos se casou com o engenheiro João Vilallonga, com quem teve 7 filhos. Mas, a morte trágica da sua irmã e do cunhado, fez o casal assumir os 5 sobrinhos como seus próprios filhos. Rafaela soube conciliar sua obrigação familiar com uma vida cheia de caridade e riqueza espiritual. 

Em pleno século XIX, a Espanha vivia um período conturbado, com o povo sofrendo severas privações provocadas pela Revolução Industrial, que se desencadeara no mundo. A grande população rural, principalmente a de jovens, se sentia acuada e era seduzida pelos novos pólos industriais que surgiam. Bilbao não foi uma exceção, atraindo uma legião deles, que buscavam uma melhor condição de vida. A este fato, Rafaela se manteve alerta. Sua situação social não foi um obstáculo para esta sensibilidade, ao contrário, tinha consciência dos perigos que a capital produzia, como a privação, exploração e marginalização. 

Com esta preocupação e neste campo realizou seu apostolado, de modo tão amplo, que nem mesmo depois de sua morte se sabia exatamente até onde poderia ter chegado. Colocou à distribuição das obras assistenciais todo o seu dinheiro e suas energias: recolhia as jovens que buscavam trabalho e depois de arranjar-lhes as colocações, as mantinham abrigadas sob seus cuidados até que tivessem uma profissão, com emprego e moradia dignos. 

Cultivando o contato com Deus, através da oração, no amor ao próximo e na caridade para com todos; despertou e alicerçou as bases para a fundação de um novo instituto religioso. Ao mesmo tempo em que não descuidou da sua vida familiar, se dedicou a uma vida intensa de apostolado, atuando em todas as obras assistenciais que eram criadas em Bilbao. Entretanto, nunca abandonou seu sonho, ao contrário, solidificou muito bem o fundamento e elaborou as Regras, sob a orientação do bispo de sua diocese. 

No final de1894, junto com três jovens religiosas, assumiram o trabalho de "mães e educadoras" das meninas e jovens que necessitavam de ajuda naqueles anos tão difíceis. A missão se assemelhou a dos "Anjos da Guarda", cujo nome tomou para sua fundação e cujas atitudes foram imitadas. Em 1897, a Congregação dos Santos Anjos da Guarda estava criada e dois anos depois aprovada pelo Vaticano, sendo a Casa Mãe em Bilbao, o modelo. Nesta ocasião, tentou se tornar uma religiosa, mas graves problemas a impediram.

Depois de padecer uma longa enfermidade, morreu em 23 de fevereiro de 1900, aos cinqüenta e sete anos. A santidade de sua vida foi reconhecida pela Igreja. O Papa João Paulo II, a beatificou em 1984, nesta ocasião as Irmãs se encontravam em toda a Espanha, Itália e América Latina. A fundadora recebe as homenagens no dia de sua morte.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

23 de Fevereiro - São Policarpo de Esmirna


Nascido em uma família cristã da alta burguesia no ano 69, em Esmirna, Ásia Menor, atual Turquia. Os registros sobre sua vida nos foram transmitidos pelo seu biógrafo e discípulo predileto, Irineu, venerado como o "Apóstolo da França" e sucessor de Timóteo em Lion. Policarpo foi discípulo do apóstolo João, e teve a oportunidade de conhecer outros apóstolos que conviveram com o Mestre. Ele se tornou um exemplo íntegro de fé e vida, sendo respeitado inclusive pelos adversários. Dezesseis anos depois, Policarpo foi escolhido e consagrado para ser o bispo de Esmirna para a Ásia Menor, pelo próprio apóstolo João, o Evangelista.


Foi amigo de fé e pessoal de Inácio Antioquia, que esteve em sua casa durante seu trajeto para o martírio romano em 107. Este escreveu cartas para Policarpo e para a Igreja de Esmirna, antes de morrer, enaltecendo as qualidades do zeloso bispo. No governo do papa Aniceto, Policarpo visitou Roma, representando as igrejas da Ásia para discutirem sobre a mudança da festa da Páscoa, comemorada em dias diferentes no Oriente e Ocidente. Apesar de não chegarem a um acôrdo, se despediram celebrando juntos a liturgia, demonstrando união na fé, que não se abalou pela divergência nas questões disciplinares.

Ao contrário de Inácio, Policarpo não estava interessado em administração eclesiástica, mas em fortalecer a fé do seu rebanho. Ele escreveu várias cartas, porém a única que se preservou até hoje foi a endereçada aos filipenses no ano 110. Nela, Policarpo exaltou a fé em Cristo, a ser confirmada no trabalho diário e na vida dos cristãos. Também citou a Carta de Paulo aos filipenses, o Evangelho, e repetiu as muitas informações que recebera dos apóstolos, especialmente de João. Por isto, a Igreja o considera "Padre Apostólico", como foram classificados os primeiros discípulos dos apóstolos.

Durante a perseguição de Marco Aurélio, Policarpo teve uma visão do martírio que o esperava, 3 dias antes de ser preso. Avisou aos amigos que seria morto pelo fogo. Estava em oração quando foi preso e levado ao tribunal. Diante da insistência do pro cônsul Estácio Quadrado para que renegasse a Cristo, Policarpo disse: "Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Redentor? Ouça bem claro: eu sou cristão"! Foi condenado e ele mesmo subiu na fogueira e testemunhou para o povo: "Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos". Mas a profecia de Policarpo não se cumpriu: contam os escritos que, mesmo com a fogueira queimando sob ele e à sua volta, o fogo não o atingiu. 

Os carrascos foram obrigados a matá-lo à espada, depois quando o seu corpo foi queimado exalou um odor de pão cosido. Os discípulos recolheram o restante de seus ossos que colocaram numa sepultura apropriada. O martírio de Policarpo foi descrito um ano depois de sua morte, em uma carta datada de 23 de fevereiro de 156,enviada pela igreja de Esmirna à igreja de Filomélio. Trata-se do registro mais antigo do martirológio cristão existente.


22 de Fevereiro - Santa Margarida de Cortona


A penitência marcou a vida de Margarida que nasceu em 1247, em Alviano, Itália. Foi por causa de sua juventude, período em que experimentou todos os prazeres de uma vida voltada para as diversões mais irresponsáveis.


Margarida ficou órfã de mãe, quando ainda era muito criança. O pai se casou de novo e a pequena menina passou a sofrer duramente nas mãos da madrasta. Sem apoio familiar, ela cresceu em meio a toda sorte de desordens, luxos e prazeres. No início da adolescência se tornou amante de um nobre muito rico e passou a desfrutar de sua fortuna e das diversões mundanas. 

Um dia, porém, o homem foi vistoriar alguns terrenos dos quais era proprietário e foi assassinado. Margarida só descobriu o corpo, alguns dias depois, levada misteriosamente até ele pela cachorrinha de estimação que acompanhara o nobre na viagem. Naquele momento, a moça teve o lampejo do arrependimento. Percebeu a inutilidade da vida que levava e voltou para a casa paterna, onde pretendia passar o resto da vida na penitência. 

Para mostrar publicamente sua mudança de vida, compareceu à missa com uma corda amarrada ao pescoço e pediu desculpas a todos pelos excessos da sua vida passada. Só que essa atitude encheu sua madrasta de inveja, que fez com que ela fosse expulsa da paróquia. Margarida sofreu muito com isso e chegou a pensar em retomar sua vida de luxuria e riqueza. No entanto, com firmeza conseguiu se manter dentro da decisão religiosa, procurando os franciscanos de Cortona e conseguindo ser aceita na Ordem Terceira.

Para ser definitivamente incorporada à Ordem teria que passar por 3 anos de provação. Foi nesta época que ela se infligiu as mais severas penitências, que foram vistas como extravagantes, relatadas nos antigos escritos, onde se lê também que a atitude foi tomada para evitar as tentações do demônio. Seus superiores passaram a orienta-la e isso a impediu de cometer excessos nas penitências.

Aos 23 anos Margarida de Cortona, como passou a ser chamada, foi premiada com várias experiências de religiosidade que foram presenciadas e comprovadas pelos seus orientadores espirituais franciscanos. Recebeu visitas do anjo da guarda, teve visões, revelações e mesmo aparições de Jesus, com quem conversava com frequência durante suas orações contemplativas. 

Ela percebeu que o momento de sua morte se aproximava e foi ao encontro de Jesus serenamente, no dia 22 de fevereiro de 1297. Margarida de Cortona foi canonizada pelo Papa Bento XIII em 1728 e o dia de sua morte indicado para a sua veneração litúrgica.



22 de Fevereiro - Cátedra de São Pedro


A Cátedra de São Pedro era comemorada em 2 datas, que marcaram as mais importantes etapas da missão deixada ao apóstolo pelo próprio Jesus. A primeira, em 18 de janeiro se comemorava a sua posse em Roma, a segunda, em 22 de fevereiro, marca o aparecimento do Cristianismo na Antioquia, onde Pedro foi o primeiro bispo.


Por se tratar de uma das mais expressivas datas da Igreja o martirológio decidiu unificar os dois dias e festejar apenas o dia 22 de fevereiro, que é a mesma data do livro "Dispositio Martyrum", único motivo da escolha para a celebração. 

Cátedra significa símbolo da autoridade e do magistério do bispo. É daí que se origina a palavra catedral, a igreja-mãe da diocese. Estabeleceu-se então, a Cátedra de São Pedro para marcar sua autoridade sobre toda a Igreja, inclusive sobre os outros apóstolos.

Sem dúvida alguma foi o mais importante dos escolhidos por Jesus Cristo. Recebendo a incumbência de se tornar a pedra sobre a qual seria edificada Sua Igreja, Pedro assumiu seu lugar de líder, atendendo a vontade explícita de Jesus, que lhe assinalou a tarefa de "pascere" em grego, isto é guiar o novo povo de Deus, a Igreja.

Veremos de fato que Pedro desempenhando, depois da Ascensão, o papel de guia. Presidiu a eleição de Matias e foi o orador do dia de Pentecostes. Mais tarde enfrentou a perseguição de Herodes Agripa, que pretendia matá-lo para aplicar um duro golpe no cristianismo. Implantou as fortes raízes do catolicismo em Antioquia, e então partiu para Roma, onde reinava o imperador Cláudio.

A Igreja ganhou grande força com a sua determinação. Alguns fatos históricos podem ser comprovados através da epístola de São Paulo aos Romanos, do ano 57. Nela, este apóstolo descreve o crescimento da fé cristã, em todos os territórios dos domínios deste Império, como obra de Pedro. 

Mas foi na capital, Roma, que Pedro deu impulso gigantesco à expansão do Evangelho, até o seu martírio e a morte, que aconteceram na cidade-sede de toda a Igreja. Conforme constatação extraída dos registros das tradições narradas na época e aceita por unanimidade pelos estudiosos, inclusive os não cristãos. Posteriormente atestadas, de modo histórico irrefutável, pelas escavações feitas em 1939, por ordem do Papa Pio XII, nas Grutas Vaticanas, embaixo da Basílica de São Pedro, e cujos resultados foram acolhidos favoravelmente também pelos estudiosos não católicos.